Existe uma hora de avançar e uma hora de recuar. Existe a estação fértil da vida e a estação gélida da morte. A hora de fazer e a hora de repousar.
Vivemos no tempo do imediatismo, em que se deseja obter tudo imediatamente e obter prazer interminável e sucesso inquestionável. Isso só produz neurose. É preciso abandonar a pressa e o imediatismo sem esquecer a firmeza necessária.
Muitos falham em cumprir os rígidos protocolos desse tempo que vivemos e então estagnam, param de trabalhar e isso produz muito sofrimento e estados depressivos. É preciso conhecer o movimento na hora certa e o trabalho constante, seja visível ou o trabalho silencioso sobre si mesmo.
Aos que estão presos em um e outro, resta percorrerem as estradas de cura, para ganhar méritos.
Nem Rajas nem Tamas, mas Sattva. Isto quer dizer em português: nem a neurose do movimento nem a estagnação da inércia, mas a harmonia da ação perfeita no tempo correto - o caminho do meio.

"Havia algo sem forma e perfeito
antes do universo nascer.
É sereno. Vazio.
Solitário. Imutável.
Infinito. Eternamente presente.
É a mãe do universo.
Por falta de um nome melhor,
eu o chamo de Tao.

Ele flui por todas as coisas,
por dentro e por fora, e retorna
para a origem de todas as coisas.

O Tao é grande.
O universo é grande.
A terra é grande.
O homem é grande.
Esses são os quatro grandes poderes.

O homem segue a terra.
A terra segue o universo.
O universo segue o Tao.
O Tao segue apenas a si mesmo."

Laozi
Escritos do Tao e Sua Virtude
poema 25